sexta-feira, outubro 27, 2006

As reticências da vida...

Às vezes tenho a impressão que somos todos escritores perdidos algures numa história interrompida, aguardando ansiosamente que nos leiam as letras circunscritas no olhar, que nos interpretem as baladas reproduzidas pelo som das batidas do nosso coração. Explosão de sentires ocultos que queremos que sejam percepcionados num dialogo de almas em que as palavras se desenham entre si num silêncio único, palavras silenciosas completadas dum nada, afinidades ambicionadas como se as nossas almas olhassem uma para as outras e identificassem detalhes telepáticos, como se nossas almas já soubessem o que precisamos para ser...
A vida oscilante, paira com uma certa constância entre curtas ou longas-metragens, ora românticas, ora cómicas, ora dramáticas.
Nos defendemos e inspiramos papeis, flutuamos entre o papel de protagonista e de mero espectador, expectante...
A vida pode ser aproveitada a sós, a dois ou ao lado de muitos.
Boa parte dela penso eu que vivemos sozinhos, perdidos em pensamentos, conjecturas e máscaras sem fim...